sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Socorro!...

Fui invadido!
Bem, convém esclarecer desde já uma coisa: quando digo fui" quero dizer "a minha casa foi". Bem sei que não estou a seguir os ensinamentos da Lebre de Março mas enfim, uma vez não são vezes…
Posto que está ponto está devidamente esclarecido, vamos então prosseguir.
A minha casa foi invadida!
Bem, a minha casa toda não. A varanda.
A minha varanda foi invadida!
Bem varanda, varanda toda também não. Uns vasos … muitos … alguns … dois.
Pronto, dois vasos na minha varanda foram invadidos!
Invadidos, invadidos também não. Ocupados!


Uma pomba resolveu fazer o ninho dentro de um dos vasos. E para grande surpresa minha, dos ovos eclodiram dois borrachos que depois se transformaram em pombos (a minha filhota nunca esteve de acordo comigo para fazermos uma canja de pombo…).
Tentem imaginar, se conseguirem, o que é acordar ao som doce e suave do “cantar” dos pombos.
Esperançado estava eu que todo este episódio rocambolesco tivesse o seu término quando os ditos pássaros aprendessem a voar.
Mas não é que o raio dos pombos resolveram fazer da varanda o seu posto de lançamento? E ainda por cima tiveram o descaramento de convidar os amigos (gang?) para assistirem às suas manobras radicais: loopings, rolls, tonneaux, humpty bumps, vrilles
Mas enfim, todas as criaturas são filhas de Deus e lá me contive de treinar a FLAK pensando sempre “está quase, só mais um dia e vão embora…”
Claro está que eu estava esperançado que algumas pequenas manobras de guerrilha acabassem por desencorajar os jovens Bravos do Pombal (ou do Vasal?): regar os vasos ostensivamente, entrar de rompante na varanda, … e os levassem a escolher outro pouso como base de operações. Mas não. Os sacanas aproveitaram para treinar amaragens de emergência bem como voos STOL (Short Takeoff and Landing). E isto quando não ficavam a olhar para mim, olhos-nos-olhos, como que a dizer “qué queres, pá?”, “olha mestes a chatear aqui o pessoal… queres lá ver queres…”

Não contente com isto, fiquei a saber que as qualidades do local foram difundidas entre a população pombalina. Pimba! Mais uma pomba optou por fazer ninho em outro vaso.
Agora tenho essa pomba, mais dois ovos que se converterão em dois novos pombos bem como todo o gang das acrobacias.
E isto para não falar das visitas à futura mamã.
Aqui levanta-se a questão: se eu alugar junto da dita população pombalina a utilização dos vasos como residência (ainda que temporária) será necessário declarar tal junto das Finanças? E poderei cobrar um mês de caução? Serei pago em géneros? O milho sempre dá para as pipocas…
Um + dois + uns quantos = muitos (aqui utilizei o sistema aritmético dos aborígenes).

Posso, sem dúvida, afirmar com toda a segurança: É uma invasão, meus caros senhores (e senhoras claro está).
Socoooorro!....


1 comentário:

  1. O que eu já me ri...
    Vê as coisas pelo ponto de vista dos pombos: "mas quem raio é este que tem o desplante de entrar pela casa de um pombo adentro e ainda por cima com o pessoal em trajos menores?! Já um pombo e respectiva família não podem estar sossegados a nidificar, que vem um voyeur qualquer espreitar?!" (isto foi uma conversa que eu ouvi através das escutas colocadas nos vasos...oops, não se pode falar em escutas)LOL!!!
    Muito bom amor, continua!

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